Como andar em Buenos Aires: de metrô

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Mapa do metrô de Buenos Aires. Clique para ver maior.

Muita gente que eu converso tem um certo receio de vir para Buenos Aires sem companhia com medo de se perder na cidade, ainda mais quando o turista não tem noção do espanhol. E sempre tento acalmar dizendo que é fácil andar por aqui (e todo mundo se vira no portunhol, gente, dá tudo certo). E é mesmo e vou mostrar isso em alguns posts.

Basicamente, não compensa (a não ser para quem quer mais conforto) ficar passeando pela cidade de táxi quando se pode fazer tudo a pé ou de transporte público. E boa parte dos principais pontos turísticos ficam perto de alguma estação do metrô, aqui chamado de Subte.

O metrô de Buenos Aires é bem antigo: a cidade foi pioneira na América Latina e inaugurou as primeiras estações há mais de 100 anos, em 1913. Eram da linha A, que, na época, ligava a Plaza de Mayo à Plaza Once (hoje Plaza Miserere). A linha B foi inaugurada em 1930, a C em 1934, a D em 1937 e a E em 1944. Para se ter uma ideia, o metrô de São Paulo, o mais antigo do Brasil, só foi inaugurado em 1974. Após as inaugurações, as linhas foram passando por prolongamentos. Já em 2007 foi a vez da linha mais moderna do sistema, a H, entrar em operação.

A linha A sendo construída, em 1912. No fundo, o Congresso. Foto: Archivo General de la Nación (AGN)

O metrô daqui é estranho para quem chega do Brasil: tem um cheiro forte, quase todas as linhas circulam com trens mais antigos. Mas é bastante funcional, atendendo boa parte dos bairros e dos pontos turísticos. E o preço da passagem é muito em conta: 5 pesos (R$ 1,42 pela cotação oficial de setembro de 2014). Para quem tem o SUBE, que é o cartão usado nos transportes daqui, é ainda mais barato: 4,50 pesos (R$ 1,28). Para o fim de 2014 é esperado um aumento, mas ainda seguirá bem abaixo do valor dos metrôs do Brasil.

O horário de funcionamento é meio restrito: de segunda a sábado das 5h às 23h e domingos e feriados das 8h às 22h30. Portanto, olho no relógio para quem vai curtir a noite portenha, porque domingo pela manhã o metrô abre tarde. E, no caso da linha B, a vermelha, o horário é outro (provavelmente até março de 2015): de segunda a sexta das 6h às 21h, de sábado das 6h às 13h e a linha fica fechada de domingos e feriados, já que há obras de modernização da linha para colocar trens com ar condicionado.

Além deste mapa de linhas, eu ia fazer um post explicando por onde cada linha passa, levando em conta os pontos turísticos. Mas a Metrovías, empresa que controla o metrô de Buenos Aires, tem um mapa com as linhas, as ruas e os pontos turísticos próximos às estações. É o segundo; baixando é possível ler as informações perfeitamente: mapa do metrô de Buenos Aires com pontos turísticos.

E como usar o metrô de Buenos Aires?

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Entrada de estação – Foto: Wikipédia

As estações são sinalizadas com um círculo redondo escrito Subte, com a cor da linha. Abaixo, em letra maior, está o nome da estação e, embaixo disso, para que direção você vai ao entrar por aquela entrada da estação. No exemplo ao lado, a linha é a C, estação Retiro, sentido Constitución. E preste bem atenção nisso, é bem importante. Como as estações são antigas, você chega à plataforma e já há a linha de bloqueios (catracas). Portanto, no caso de errar o sentido, na maioria das estações é preciso sair da estação, atravessar a rua, e entrar pelo outro lado. Isso significa que, se você já passou da catraca, quase sempre terá que sair e pagar outra passagem.

Após isso, é como no Brasil: se tiver o cartão, basta apoiá-lo na catraca para cobrar o valor da passagem e, caso não tenha, basta ir à boletería e pedir o número de viagens que você quer fazer, que a pessoa do outro lado falará o valor correspondente. Caso seja necessário fazer alguma transferência de uma linha de metrô para outra (aqui a transferência é chamada de combinación), esta transferência é gratuita. Já ao mudar de metrô para trem é necessário pagar a passagem do metrô e, posteriormente, a do trem. Ou seja, mudança de linha no metrô é gratuita, mas de metrô para trem não.

O metrô é uma forma econômica e rápida de cruzar a cidade sem ter que gastar dezenas de pesos com táxi. Acho também que vale a experiência para estar em contato com a vida da cidade, e observar melhor os moradores. E tem mais uma vantagem: sempre tem alguém tocando alguma coisa. Só recomendo atenção com objetos para evitar furtos (ainda mais porque, quando somos turistas, tendemos a descuidar mais das coisas) e evitar o metrô nos horários de pico, de manhã e no fim da tarde, porque as linhas andam bem cheias e é um aperto como em qualquer grande cidade.